Transmutation News Julho de 2012 Download da versão para imprimir
Continuam a acontecer coisas muito preocupantes do mundo. Nenhum de nós quer ver crianças a serem mortas, fome, violência, alterações climáticas e desastres ambientais a acontecerem. Como seres humanos, temos a tendência inata para sentir profunda compaixão quando há sofrimento. Isso é normal e é claro que os nossos sentimentos devem ser processados.
Ao mesmo tempo, devemos ser diligentes em ter a certeza que não estamos a alimentar a energia da raiva, ódio e medo. Caso contrário, continuamos a assegurar que esta força tem poder sobre a energia coletiva do amor.
Devemo-nos manter a alimentar a bondade da vida e o que amamos, de forma a que essa energia construa e substitua as forças que agora vemos a governar o nosso planeta.
Faça o seu trabalho, apesar do que está a acontecer no mundo. Temos de nos manter focados no meio dos desafios. Temos de alimentar as energias que queremos ver crescer no mundo. Temos de continuar a ser jardineiros e a cuidar do nosso jardim Terra.
Para permanecermos centrados e mantermos as nossas práticas espirituais durante estes tempos intensos, convém voltarmos ao “EU”. O “EU” é a nossa natureza verdadeira que não muda e tem um senso de estabilidade interna e permanência. Pode rever o capítulo 5 de “Medicina para a Terra” para encontrar algumas ferramentas de trabalho.
Continuo a explorar o processo de criação. Tem sido uma das minhas paixões ao longo da vida e sobre a qual escrevi ao longo dos anos.
Para todos os que leem pela primeira vez a Transmutation News podem ler um artigo que escrevi no Huffington Post que fala sobre o trabalho que temos vindo a fazer. Basta visitar a página principal deste site. Clique em "Huffington Post Articles" e leia o artigo "How to Create a New Vision for the Planet”.
A capacidade de manifestar cura e abundância para o planeta e para nós mesmos é ilimitada. Mas quando analiso a forma como as pessoas praticam a capacidade de manifestação, vejo que muitos de nós estão a manifestar a partir do medo e de uma energia de escassez.
Não podemos ser bem sucedidos no nosso trabalho de criação enquanto estamos num estado de medo. Muitas vezes tentamos criar circunstâncias exteriores onde estaremos livres de danos e de mudança. Fazemos o nosso trabalho de criação sentindo que não há recursos suficientes para todos.
Quando pensamos que estamos a fazer o nosso trabalho espiritual, mas estamos num estado de medo e de escassez, estamos a praticar o nosso trabalho a partir do ego. E, como tenho escrito nos últimos meses, não podemos originar forma quando estamos num estado de separação.
A forma é criada a partir de energias invisíveis e da vibração. Toda a forma começa nos reinos espirituais invisíveis.
Quando se encontra a praticar o seu trabalho de criação a partir de um estado de necessidade e de medo, isso é um sinal de que não vai ser bem sucedido. Porque não está no estado de consciência necessário para ser capaz de manifestar abundância.
A chave é ser capaz de mergulhar fundo o suficiente para que se encontre a flutuar energeticamente num mar de abundância. E a partir da energia e vibração de abundância pode manifestar a forma.
Entrar num estado tão profundo de consciência requer preparação. Realmente precisa de tempo para se deslocar de um estado de separação para um estado de unidade e de experimentar o divino.
Nas culturas xamânicas, os xamãs realmente levam o seu tempo na preparação para o trabalho de cura e para as cerimônias que estão prestes a realizar. No Ocidente, muitas vezes mergulhamos no trabalho sem qualquer preparação.
Como os xamãs trabalham nos reinos invisíveis, com energias sem forma, permitem-se o tempo de passar para o estado apropriado para fazer o seu trabalho.
Acredito que não nos permitimos ir fundo o suficiente para o estado onde podemos experimentar recursos ilimitados, sabedoria, saúde, paz, luz e amor.
Tentamos com muito esforço e acabamos a tentar forçar o trabalho porque podemos sentir algum desespero.
Sentimo-nos ansiosos com todas as nossas responsabilidades e não temos tempo simplesmente para relaxar, ser e mergulhar na profundidade do divino.
E sentimo-nos dececionados quando não somos bem sucedidos.
A metáfora que me surge é que estamos a tentar espremer a água de uma esponja seca. O que quero dizer é que não pode criar abundância quando se sente vazio, desesperado, com medo e a experimentar a escassez.
Queremos fazer o nosso trabalho a partir de um lugar de riqueza interior. Queremos aproveitar a riqueza da beleza, que cresce num verdadeiro jardim fértil.
Em maio encorajei-o a experimentar a extensão do vazio. Muitas vezes limitamos o poder criativo do Universo da mesma forma que limitamos o espaço a trabalhar dentro.
Este mês gostaria de incentivá-lo a ter tempo para sair do medo e da escassez. Isso exigirá que faça algum tipo de trabalho de preparação para entrar num estado de paz.
Pode fazer uma caminhada na natureza, meditar, cantar ou dançar. Todos temos os nossos próprios pontos de acesso a um estado de calma e paz interior.
A partir desse estado permita-se ser e afundar profundamente dentro de si, imaginando-se a viajar num mar de abundância. Este é o verdadeiro estado do divino feminino.
Então, a partir dessa vibração, comece a criar. Deve afundar-se na energia da abundância para criar forma a partir dela.
Observe a diferença de como se sente ao praticar o seu trabalho de criação a partir deste lugar, em oposição a um estado egóico de medo e de crença de “tenho de conseguir o mais possível senão não é suficiente”.
Assim que atingir este estado, mantenha-se ancorado ao sentimento de viver num lugar de abundância em oposição a viver num estado de medo.
Qualquer trabalho espiritual praticado por medo só alimenta o transe coletivo denso do qual tentamos ativamente sair e transformar.
Já deve ter notado que tem havido um tema recorrente sobre o qual tenho escrito ao longo dos anos. Tem a ver com eliminar conceitos espirituais das nossas cabeças e permitir que as nossas células absorvam e irradiem as energias espirituais.
Escrevi muitas vezes sobre a importância de sentir a nossa luz espiritual divina através de cada célula do nosso ser. É que perceber que somos luz para lá da nossa pele já não é suficiente. Devemos senti-lo.
Também escrevi sobre absorver o amor do criador e das forças criativas do Universo em cada célula do nosso ser. Devemos realmente experimentar o amor universal nas nossas células, para sermos um vaso para esse amor.
Também partilhei consigo que é importante experimentar a força da comunidade espiritual global nos nossos corpos em vez de nos limitarmos a compreender que há milhões de pessoas em todo o mundo que rezam à sua maneira para o bem do Planeta.
É crucial sentir o poder do coletivo nos nossos corpos para sermos um verdadeiro canal de mudança e de cura.
E agora escrevo sobre o afundarmo-nos na energia da abundância ou em outra energia vibracional qualquer a partir da qual estamos a tentar criar forma.
Tendemos a racionalizar a espiritualidade na nossa cultura. Devemos experimentá-la completamente nos nossos corpos para conseguirmos viver as práticas e, ao mesmo tempo, sermos positivos agentes de mudança.
À medida que experimentamos o poder do espírito a um nível mais celular, então podemos render-nos ao seu verdadeiro poder.
No mundo ocidental, estamos sempre a tentar descobrir coisas novas e maneiras de sair dos problemas. Tentamos encontrar um plano.
Muitos de nós estamos a aprender, da maneira mais difícil, que não podemos sempre encontrar a nossa forma de fugir a um desafio. O nosso espírito sabe como criar a cura e a transformação que procuramos. Chegou a hora de nos rendermos ao Espírito.
Quando um problema ou situação que precisa de cura se apresenta, chame o poder do Espírito para guiá-lo.
Quando se permite ter tempo para refletir sobre a sua vida, nota que muitas vezes há uma força invisível, o divino, Deus, que o faz sair de um lugar escuro para um lugar de cura ou para um lugar onde as coisas boas se começam a manifestar. O lugar onde acabou deve ter sido muito além do que a sua mente racional poderia manifestar.
É altura de deixarmos de trabalhar tão arduamente para descobrirmos como transformar o Planeta. Quanto mais chamarmos o Espírito e deixarmos essa força atuar, de maneira que ultrapassa o que a nossa mente racional pode alcançar, mais abrimos as portas para que a verdadeira cura se manifeste.
À medida que experienciamos, a um profundo nível celular, o poder do trabalho espiritual, mais se abre uma forte porta para o reino espiritual. Mas devemos render-nos.
Escreva 3 a 5 momentos muito difíceis da sua vida, quando sentiu alguma força invisível a criar mudanças que não esperava ou que não tinha planeado. Este exercício permite-lhe refletir sobre como o Espírito tem sido o seu verdadeiro guia na vida.
Todos nós já tivemos momentos em que o divino tomou as rédeas da nossa vida e nos guiou para um bom lugar. Já não há tempo para percebermos se confiamos no Espírito. O Espírito é a verdadeira força na qual devemos confiar agora e à qual nos devemos render.
Os problemas que criámos no mundo estão muito para além de um plano racional de ação.
A lua cheia é a 3 de julho. Vamos juntos mergulhar fundo na nossa luz divina, experimentar nas nossas células o poder e a força autêntica do coletivo global, experimentar profundamente nos nossos corpos as energias ilimitadas que podemos utilizar para cura e transformação. E então, em conjunto, à medida que alinhamos os nossos batimentos cardíacos uns com os outros e com as batidas do coração da Terra, vamos continuar a tecer uma teia brilhante de luz e de amor dentro e por todo o nosso grande Planeta.
Valerie Farr, uma brilhante professora e praticante de xamanismo, de Los Angeles, enviou-me esta citação maravilhosa de Albert Einstein. Acho que se encaixa perfeitamente no nosso trabalho:
"Tudo é energia e isso é tudo o que existe. Coincida com a frequência da realidade que quer e não terá outra hipótese a não ser atrair essa realidade. Não pode ser de outra maneira. Isto não é filosofia. É Física."
Albert Einstein
Copyrights. Sandra Ingerman 2012 Translation: Sofia Frazoa
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